terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Embelezando ou enfeiando a criatura


 
 
Por conta da forma de vida que nos acostumamos a levar,  as primeiras impressões de beleza são aquelas relacionadas com o aspecto físico, ou seja,  com  aquilo que podemos ver, analisar de acordo com parâmetros e critérios estabelecidos por valores comuns. Em que pese ser esta a primeira análise, logo depois, julgamos e somos julgados por  outros decisivos  aspectos, notadamente,  daqueles relacionados  ao caráter de cada um. Assim sendo, muitos, cujas características físicas, num primeiro momento,  repelem, aos poucos, na medida em que vamos conhecendo, vão nos atraindo, pela beleza dos valores internos. Outros que, num primeiro olhar nos atraem por sua aparência, vão, aos poucos,  nos repelindo, mostrando,  o quanto são feios internamente. Assim somos, nós, em cada pensamento, palavra ou ato, efeiamos  ou embelezamos nossa figura. No entanto, em que pese a clareza dos fatos,  a vaidade, o amor próprio,  rancor, e tantos outros defeitos,  fazem com que, ao invés de embelezar nossa figura,  pintamos, em muitas situações, “ borrões”  em nossa imagem. E, em que pese os “borrões” pintados,  por nós mesmos,  não somos capazes de reconhecer a autoria e responsabilidade, sempre justificando e minimizando os efeitos. Normalmente,  somos pródigos em analisar nossas falhas e exigentes ao reconhecer as virtudes dos demais. Por conta destas características, podemos,  melhorar e ou piorar nossa própria figura não somente ante o conceito dos demais, senão a luz da própria consciência. Ocorre que,  a conduta, além de forjar nos demais o próprio conceito,  é o espelho da vida, repercutindo, internamente, sob o crivo implacável da consciência. Esta, ao avaliar cada pensamento, palavra ou ato, produz um veredicto que implica na aprovação e  ou reprovação, e, por consequência no desfrutar de boas ou más sensações.  Todo comportamento inadequado, além de macular o conceito perante os demais, produzirá, sem dúvida, idênticas amargas sensações. Ao contrário, quando nos comportamos bem,  vibramos internamente,  produzimos luz. Somos responsáveis por nossa própria figura, podemos embelezá-la ou enfeia-la, com reflexos  não somente nesta vida, restando os sinais dos comportamentos impressos nela até depois da morte.