Embora a importância comumente atribuída aos bens materiais acumulados ao longo da vida, penso, que o maior patrimônio que possuímos são nossa própria família. E o verbo “possuir”, aqui referido, não é relativo a posse, domínio, e sim do valor atribuído a esse decisivo grupo que fizemos parte e que é o suporte de nossas vidas. Ao longo de nossa existência somente nos tornamos viáveis, sustentáveis, na medida em que passamos a formar famílias, grupos que se protegiam, colaboravam para os fins comuns. Em que pese a abordagem adotada neste artigo objetivar a reflexão da afinidade no aspecto sanguíneo, cumpre destacar, desde já, que não é ela que nutre, alimenta ou cultiva a manutenção dos vínculos. Em nossas várias vidas, fizemos parte de distintas famílias, uma ligada ao mundo social, outra profissional, de estudos, no entanto, ao final do dia, o porto seguro é a família sanguínea. É bem verdade que muitos fatores tem distanciado os membros deste sustentáculo, no entanto, tanto a construção, manutenção ou destruição destes vínculos são responsabilidade individual. É comum os filhos fugirem de seus lares, sentindo-se melhor em outros ambientes que em sua própria casa. Assim também ocorre com os próprios cônjuges, irmãos, que, ao invés de desfrutar do convívio, sofrem. Penso que todas estas dificuldades estão diretamente relacionadas com a falta de hierarquia atribuída ás várias vidas que possuímos. Normalmente as maiores energias são dedicadas a vida profissional, restando, ao final do dia, quando em família, o debilitamento energético e a falta de vontade. Por conta disso, somos intolerantes, impacientes não dedicando a necessária importância a estes magníficos momentos. Ter em conta que só recebemos o que estamos dispostos a dar. Que ouvir eu te amo papai, mamãe, implica, em ter que dizê-lo, a cada instante. Que ser valorizado depende de valorizar, que ser abraçado depende de abraçar e que do cultivo que fizemos surgirão os doces ou amargos frutos do maior patrimônio que podemos formar.
domingo, 29 de abril de 2012
Família, o maior patrimônio
Embora a importância comumente atribuída aos bens materiais acumulados ao longo da vida, penso, que o maior patrimônio que possuímos são nossa própria família. E o verbo “possuir”, aqui referido, não é relativo a posse, domínio, e sim do valor atribuído a esse decisivo grupo que fizemos parte e que é o suporte de nossas vidas. Ao longo de nossa existência somente nos tornamos viáveis, sustentáveis, na medida em que passamos a formar famílias, grupos que se protegiam, colaboravam para os fins comuns. Em que pese a abordagem adotada neste artigo objetivar a reflexão da afinidade no aspecto sanguíneo, cumpre destacar, desde já, que não é ela que nutre, alimenta ou cultiva a manutenção dos vínculos. Em nossas várias vidas, fizemos parte de distintas famílias, uma ligada ao mundo social, outra profissional, de estudos, no entanto, ao final do dia, o porto seguro é a família sanguínea. É bem verdade que muitos fatores tem distanciado os membros deste sustentáculo, no entanto, tanto a construção, manutenção ou destruição destes vínculos são responsabilidade individual. É comum os filhos fugirem de seus lares, sentindo-se melhor em outros ambientes que em sua própria casa. Assim também ocorre com os próprios cônjuges, irmãos, que, ao invés de desfrutar do convívio, sofrem. Penso que todas estas dificuldades estão diretamente relacionadas com a falta de hierarquia atribuída ás várias vidas que possuímos. Normalmente as maiores energias são dedicadas a vida profissional, restando, ao final do dia, quando em família, o debilitamento energético e a falta de vontade. Por conta disso, somos intolerantes, impacientes não dedicando a necessária importância a estes magníficos momentos. Ter em conta que só recebemos o que estamos dispostos a dar. Que ouvir eu te amo papai, mamãe, implica, em ter que dizê-lo, a cada instante. Que ser valorizado depende de valorizar, que ser abraçado depende de abraçar e que do cultivo que fizemos surgirão os doces ou amargos frutos do maior patrimônio que podemos formar.
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