terça-feira, 27 de setembro de 2011

Atividade, energia da vida


Somos movidos a energia, sem ela,  perdemos força, nos debilitamos, adoecemos e morremos. Importante atentar, que todas as partes de nossa constituição, seja física, mental ou espiritual contém e são movidos a energia. Mais fácil é a percepção dos efeitos dela e ou,  sua ausência,  nos aspectos relacionados a parte física do ser, na ausência de disposição, no cansaço, do mau funcionamento de qualquer função. O inadequado funcionamento de qualquer órgão ou função produzirá no ser, imediatas reações, as quais, caso não tratadas adequadamente,  resultarão em efeitos nefastos na saúde do ser. No entanto, o que menos pensa o ser,  é que,  salvo raras exceções,  o comportamento do indivíduo  é o responsável pelos desequilíbrios os quais, inevitavelmente, produzirão danos  depois lamentados. Tudo o que existe,  foi criado e obedece  ditames de leis, dentre elas a do equilíbrio,  a qual, alterada,  atuará a fim de corrigir  e restabelecer o percurso. A natureza é um eloqüente laboratório de observação, sempre atuando a fim de corrigir os desvios provocados pela atividade humana. A vida humana exige, para um adequado funcionamento, seja conhecida, tratada e cuidada a fim de não alterar o equilíbrio, especialmente,  que sejam nutridos e exercitados, adequadamente,  todos os campos de sua constituição. Se pensarmos no condicionamento físico, nos músculos, nervos, ligamentos, etc, a manutenção, regular funcionamento, depende de atividade, a inércia,  produzirá atrofias até a total aniquilação. O curioso é que, devidamente exercitado, ao mesmo tempo em que consome energia,  o físico a produz em quantidade maior, resultando em reservas que depois poderão ser desfrutadas. Assim, nas demais partes de nossa constituição, veremos que é a atividade que gera energia e a inércia que produz a morte. Resta o convite para nos próximos dois artigos,  refletirmos um pouco mais sobre outras partes de nossa vida,  de idêntica importância e alcances inimagináveis.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Viver intensamente III

A intensidade da vida não está relacionada a quantidade de oportunidades que desfrutamos para distrações, prazeres nos seus mais variados aspectos. Prova disso é o adoecimento da civilização, especialmente na sua psicologia, “depressão”, doença do vazio. Da análise da situação atual, resta evidente,  que os avanços nos mais variados ramos,  nos tem encaminhado para longe da verdadeira vida. A verdadeira vida, àquela que se tem buscado no externo, se situa dentro do ser, e só é acessível quando se dispuser o ser a ouvir seus próprios sons, tanto do mundo mental, do sensível, ou do espírito. Estas portas,  só se abrem,  quando a mente e o coração são preparados através da construção de estados psicológicos serenos que permitam “me-ditar”, penetrar nas profundezas da alma, encontrar nos mais recôndidos rincões as características do humano ou até do divino, alimentá-las, fazê-las estabelecer contato com toda vida que nos rodeia. O contato com a natureza, seus silêncios e ruídos, é,  sem dúvida, um dos melhores ambientes para tais encontros. Talvez por isso, estamos tão doentes, nos distanciamos dela, enquanto os seres do passado dela se embriagavam. A intensidade da vida depende da capacidade do ser de estabelecer contatos, comunicação com tudo o que nos rodeia. Ser intenso é entoar mente e coração numa única batida, único som, som do mundo interno, vibrando com a oportunidade vivida, onde não há divergências, o ser é único, íntegro, consciente do instante. Quando consegue o ser desfrutar destas sensações, perceberá o que é ser intenso,  já que, os momentos continuarão vibrando no interno, as imagens vividas ficarão registradas e serão sempre motivos de regozijo, jamais de amargura ou arrependimento.   Portanto viver intensamente depende da consagração mental e sensível dedicada ao instante vivido, sempre recordando,  que tais momentos,  terão que buscar o grande objetivo da vida que é conhecer-se, estabelecer contato com a criação, evoluir, tornar-se um ser melhor.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Viver intensamente II


O artigo anterior restou uma pequena reflexão sobre a forma de vida que vivemos, da infrutífera busca de sensações felizes, da vida intensa. Inegável que quanto mais oportunidades detém o ser, no sentido de distrair-se, alimentar prazeres ligados ao ser físico, mais se evidencia a ausência de integridade, o “ser” já não lhe pertence, não domina seus pensamentos, desejos, palavras e atos. Cada vez mais dedica-se a cultivar uma figura para o mundo externo, a personalidade, sempre pronta a enaltecer suas supostas virtudes e conquistas,  ao mesmo tempo em que se mostra sempre superior aos outros. Esta fictícia figura, logo que se recolhe e se encontra consigo mesma, percebe que não é real, não se identifica,  e então sofre as angústias do vazio. Como dito no artigo anterior, vivemos a era da depressão, e, mesmo diante de tantos artifícios para a distrações e os prazeres, cada vez mais,  nos sentimos sós. O que nos diferencia dos seres de outras épocas? O que tinham de diferente? Penso que em decorrência da ausência de tantos atrativos para distrair-se, de olhar prá fora, muito mais tempo era dedicado para olhar e conhecer o que temos por dentro. Os seres dedicavam mais tempo de suas vidas para sentir seu próprio coração, olhavam mais o sol nascer, se pôr, percebiam a chuva, o vento, curtiam a noite a lua e as estrelas, e, nestes instantes, conectavam o seu mundo interno com tudo o que lhe rodeava.  No mundo de hoje, em que se vive no piloto automático, não temos tempo para  encontrar,  conectar a vida mental, sensível e espiritual com os demais fragmentos afins dispersos por toda criação. Por isso nos sentimos vazios, frágeis e necessitamos de distrações, para dar “suposta” intensidade à vida. Em que pese o diagnóstico é possível inverter o foco, voltar-se para dentro, cuidar do bem mais precioso que possuímos que é a individualidade.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Viver intensamente I


Se olharmos a evolução da espécie humana, especialmente,  nos aspectos relacionados ao avanços no que chamamos “qualidade de vida”, nos quais se destacam, conforto, comodidade, alimentação,  opções de lazer, distrações, conquistas materiais e seus incontáveis benefícios, ciência, e tantos outros,  resta impossível imaginar como viviam os seres de outras épocas. No entanto, em que pese ás inúmeras opções de distrações,  que se propõe a oferecer momentos de prazer, a cada dia mais, a civilização tem adoecido, mormente, em sua saúde psicológica. Vivemos a época da depressão, os seres se sentem sós, incompletos, vazios, distante de tudo e de todos. O que faziam os seres do passado,  que muito pouco sofriam deste mal? O que mudou que nos adoeceu? Penso que um dos fatores que mais contribuiu,  decisivamente,  para o cultivo da doença é  a exaltação do mundo externo. Passamos a viver olhando o que pode ser conquistado materialmente, trabalhamos, corremos,  para acumular e mostrar aos outros o quanto conseguimos juntar, julgamos e somos julgados pelos resultados que produzimos neste campo. Por conta desse modo de viver, nos distanciamos ou até nos separamos do único mundo que oferece a oportunidade de viver a vida intensamente. Por conta dos equivocados conceitos,  nos aventuramos em vários caminhos a fim de satisfazer os mais variados desejos, sempre pretendendo que a vida seja mais intensa. No entanto, quanto mais oportunidades do gênero desfrutamos, mais frustrados ficamos, pois  imediatamente após, voltamos a sentir a sensação do vazio, a alegria, o prazer sentido, se esfumaçaram e nada restou que pudesse permanecer irradiando sensações felizes. É preciso corrigir o rumo,  deixar de caminhar prá fora e voltar-se prá dentro, encontrar, conhecer e alimentar a verdadeira felicidade que só floresce nas profundezas do ser.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cuidar de si mesmo

 

 

O ser humano, por natureza, assim que começa a criar seus próprios pensamentos, passa a pretender controlar, interferir ou “cuidar” da vida alheia. Embora criança, já se sabe, que sem imposição de regras de conduta, sua liberdade vai se ampliando até o ponto de dominar completamente a vida dos adultos. E, assim vamos crescendo, sempre pretendendo controlar, fazer com que os outros se comportem segundo nosso desejo. Tal pretensão é ampla e atinge qualquer tipo de relação, a mais comum e evidente é a dos pais em relação aos filhos, embora também ocorra o inverso, entre irmãos, amigos, relação de trabalho, não importando a hierarquia, sempre estará em jogo a tentativa de dominar o outro. Por conta disso, o ser experimenta muitos desgostos e sofrimentos,  pois constata,   que seu desejo de posse e domínio não é respeitado, chegando ao ponto de responsabilizar os outros pelos seus fracassos. Diante dessa forma de encarar a vida olhando para fora, confiando e dependendo dos outros para alcançar a felicidade, esquece o ser,  de atentar para o mais importante, o único que é responsável direto pelo encaminhamento da vida em qualquer de seus aspectos. Refiro-me a vida interna,  é ali onde tudo acontece, onde se travam as lutas, onde se vence ou é derrotado. Tudo o que vivemos, observamos, pensamos, razonamos ou sentimos pertence, exclusivamente,  ao foro íntimo, ninguém, nenhum ser,  terá a possibilidade, capacidade,  de ingressar neste mundo e direcioná-lo para o bem ou para o mal, para o sucesso ou para o fracasso a não ser que conte com a aprovação, anuência do seu dono. A cada um, isoladamente, compete  cuidar de seu maior patrimônio, o mundo interno, onde nasce, cresce e se desenvolve a verdadeira vida constituída de seus pensamentos e sentimentos,  de tudo que povoa sua mente e seu coração. Portanto é preciso cuidar do que se tem dentro, e, bem organizado este mundo, com seu exemplo,  outros poderão ser ajudados.


domingo, 4 de setembro de 2011

Como ampliar a vida...

Diante das necessidades do mundo moderno, vivemos correndo, atrasados, tentando encontrar mais alguns fragmentos de tempo para atender a tantas demandas. Por conta disso, o veículo “vida” se mantém no câmbio automático, sempre numa velocidade elevada,  que nada ou pouco permite o desfrutar da paisagem. Em virtude desta forma de viver,  passam os minutos, as horas, os dias, os meses e os anos sempre da mesma forma, premidos por compromissos de toda índole, voltados para satisfação das exigências do mundo externo. No entanto, para a verdadeira vida, àquela que,  nos identifica, nos conecta, com tudo o que nos rodeia, pouco ou nada de tempo dedicamos. Essa vida é àquela que se situa dentro do ser, ou seja, o conhecimento, controle dos pensamentos e sentimentos, e, especialmente, a conexão destes movimentos internos com tudo o que nos rodeia.  A vida é ampliada na medida em que o ser,  mantém ativa sua consciência, atenção e conexão constante com todos os movimentos, sejam internos ou externos. A velocidade é incompatível com o desfrute da paisagem, correr muito,  significa não ver, pensar e sentir a grandeza, importância de cada gesto, palavra, silêncio, sorriso ou lágrima. Tudo passa sem que a vida, “mundo interno”, reflita, observe, conecte-se  e amplie a grata satisfação de sentir-se parte da criação. A vida é ampliada na medida em que se dispõe o ser,  a estabelecer o máximo de contatos mentais e sensíveis com tudo que nos rodeia, o cheiro,  som,  gosto,  tato, olfato são canais, que, sem o uso da mente e do coração  não atingem os objetivos para os quais foram criados. Ativar a mente e o coração, respirar, ser grato ás oportunidades, não as deixando passar em branco como se não tivessem existido, eis ai,  uma grande homenagem á esta grande prerrogativa que é viver.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cultivo da vida III


Nos artigos anteriores, se propôs refletir sobre a origem das colheitas da vida, ou seja, onde nasce, cresce e se desenvolve o destino. Segundo referidos artigos, os pensamentos são os agentes responsáveis por nossos comportamentos, tendências, sucessos, fracassos, alegrias ou tristezas. Esse mecanismo, “pensamentos”, é o resultado da herança que  carregamos nutrida e alimentada por esta ou quem sabe,  outras vidas. No entanto, é possível, conhecê-los, vigiá-los, debilitar ou até anular todos àqueles que não são úteis para o que projetamos para nossa vida. Também é possível cultivar novos “pensamentos” que façam mudar quem somos nos conduzindo para outros rumos. Portanto os rumos da vida são traçados segundo os pensamentos que alimentamos, podendo nos levar ás mais elevadas conquistas tanto no campo material como do mundo interno ou transcendente. Basta querer. Decidido a conduzir a vida em determinado rumo, o ser passa a cultivar pensamentos que lhe permitam iluminar esse percurso, e, por outro lado a afastar tudo o que não seja útil. Esse querer, movido por estímulos, nos faz antecipar o conhecimento para a solução dos mais variados aspectos da vida. Então o ser deixa de pensar por necessidade, e se move por estímulos na busca de seus objetivos. Deixa de  lado a falta de vontade, empenha decisão e esforço, enriquece sua vida com conhecimentos, o saber lhe faz mais confiante, seguro. Cumpre recordar que os pensamentos, como tudo na vida,  são movidos por afinidades,  quando empenhados em determinado objetivo, vão, aos poucos se aproximando outros,  da mesma índole,  tanto para o bem como para o mal. A vida é movida e regida por leis, uma delas a da atração, ensina que, semelhantes vão se atraindo para a mesma órbita, ou seja, se o objetivo é enriquecer a inteligente,  acionado o querer, movido por estímulos, os pensamentos vão sendo direcionados para tal fim, e, por afinidade, “lei da atração”, vão convergindo para esta órbita,  pensamentos da mesma índole e, aos poucos o ser vai se afastando da escuridão, vai iluminando sua vida, e, por conseqüência os pensamentos negros vão sendo repelidos, começando um cultivo diferente do qual surgirão frutos magníficos cujos sabores cores e gostos farão o ser mais feliz.