Certamente a mais importante
instituição humana é a família, formada por dois seres que se unem em
decorrência de afinidades, comunhão de pensamentos, sentimentos, projetos e
ideais comuns. Em que pese a grandiosidade e importância da decisão, muito
pouco se sabe sobre os elementos que devem compor a união sob pena de malograr
todo o projeto traçado. Ocorre que os fatores que vão aos poucos unindo dois
seres são formados por elementos não explicitamente conhecidos, ou seja, embora
seja possível identificar aspectos de atração, as razões que formam o amor não
são conscientes. Fácil constatar que o amor que provoca a união de dois seres
não é fruto de vontade pensada, ao contrário, normalmente os vínculos vão se
formando sem que se tenha domínio dos movimentos internos que estão sendo
formados. Sem perceber o amor toma
forma, une, liga, faz vibrar o interno e surge então a necessidade de
construção de uma vida em comum. No entanto, mesmo com o surgimento da mais sublime obra que pode um
ser humano deixar, (filhos), de longa data, tem emergido sinais evidentes da
ausência de conhecimento sobre os fatores que interferem, mantém e ou afastam
os seres. O percentual de separações é imenso, quase metade das uniões acabam
em separação. Outro grande número, mesmo que persista formalmente, vivem a frieza do distanciamento, o convívio é
amargo, triste, inexiste diálogo, prazer na convivência. Como mudar este
panorama? É preciso compreender que o amor é fruto da identidade de pensamentos
e sentimentos, da comunhão dos mesmos objetivos ideais, sonhos. Elemento
imprescindível da união é o afeto que é o amor feito consciência. O amor
depende do cultivo de três elementos, paciência, tolerância e constância.
Portanto, a destruição dos vínculos ocorre pela ausência do cultivo dos valores
expostos e por conta do distanciamento dos projetos e ideais comuns. A
sensibilidade, radar psicológico capta os sinais emergidos do interno do ser e os fios invisíveis que ligavam os seres vão
sendo destruídos automaticamente. Recordar dos encantos que originaram o amor, cultivar os valores acima referidos ciente de
que, embora as atrações mundanas, a
felicidade depende, necessariamente da aprovação da consciência do correto
proceder.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
O céu e o inferno
Desde criança fomos aterrorizados
com um “ lugar” que segundo incutiram em nossos pais, é o destino para onde são encaminhados os
seres humanos que não cumprem com determinadas regras. Nesse lugar, as almas seriam queimadas até o completo
desaparecimento. As regras que implicariam no encaminhamento para o inferno são
muitas e variadas, cada cultura, crença criou diferentes condutas, atitudes e
até pensamentos que culminariam com a pena capital. Ao longo da existência
humana pensamentos, condutas e entendimentos diferentes tem sido causas, da condenação ao inferno. O não cultivo de
rituais, crenças, adoração de símbolos, locais, também culminariam com o fim
trágico. A imaginação situou o inferno nas profundezas do cosmos, enquanto o
céu, ao contrário, estaria no alto. Se
refletirmos com o mínimo de liberdade, resta fácil compreender, que o sistema cósmico, formado por milhares de
planetas, estrelas, sóis não pode fisicamente contemplar profundezas nem
altitudes, tudo depende do ângulo que se observa. Por outro lado, impossível
pensar que a alma, algo imaterial, possa
queimar. Impossível pensar também que Deus criaria um ser a sua imagem e
semelhança e o condenaria a queimar em
algum lugar pelo fato de não cumprir com regras inventadas pelos próprios
homens. Evidentemente que não. O céu e o inferno são escolhas individuais. Cada
um de nós é responsável pelo próprio destino, podendo caminhar elevando-se
melhorando, aperfeiçoando os próprios pensamentos e sentimentos, e, portanto a
conduta, ou conduzir-se pelos atalhos do
fácil, do ócio, dos desejos do instinto, da busca inescrupulosa pela conquista
material atropelando, pisoteando, machucando o semelhante. O céu e o inferno são
a própria caminhada, que pode ser doce,
serena, reflexiva, contemplativa da paisagem, sempre aproveitada para aprender,
ensinar, cultivar valores elevados,
sentir gratidão por tudo o que é oferecido, ou pode ser amarga,
turbulenta na exata medida do cultivo pessoal. O céu e o inferno possuem o
mesmo endereço, o interno do próprio ser,
ali, a consciência individual, altar máximo da estrutura humana, dita as
merecidas sensações.
domingo, 19 de agosto de 2012
Quem será contra nós?
Ao desconhecer o funcionamento
deste magnífico sistema cósmico, e,
devido a propensão ao fácil e ao engano, tem o homem adotado como verdades
inúmeras falácias que objetivam única e exclusivamente atender pretensões de seus criadores. Dentre tantos
enganos, um deles tem sido responsável por muitos fracassos, sofrimentos e
angústias. Refiro-me a todo embuste, crença, que pretenda incutir ideia de que
as conquistas individuais estão depositadas nas mãos alheias. Exploradores da
ignorância humana, tem, ao longo da existência, se beneficiado de supostos poderes, dons, capacidades, os quais
teriam o condão de atrair para a vida de seus seguidores os objetos do desejo.
Em que pese a singeleza do embuste, evidenciado através dos exemplos, ou falta
deles, o temor tem limitado a liberdade
de pensar. É comum o detentor do suposto poder, não conseguir manter sequer uma
vida familiar harmônica, com filhos educados, possuidores dos mesmos valores.
Tivessem, realmente, o poder que
propalam, evidentemente, a esposa, filhos, amigos, familiares, seriam os
primeiros a seguir o exemplo, beneficiando-se dos atributos do ”benfeitor”. No
entanto, numa análise um pouco atenta, resta fácil comprovar que sequer
consegue ele ser feliz, normalmente é amargo em seu mundo interno, sua
individualidade comprova e reage a falácia enganadora que propala. Na verdade,
o “pseudo” poder, conhecimento, inexiste,
persiste apenas a capacidade de representar
enganando a fim de sustentar os benefícios que aufere com a ignorância
dos seus seguidores. O temor inculcado através de frases feitas tem impedido o
livre exercício das faculdades mentais e sensíveis e, portando de ver a
realidade. A audácia é tamanha que além de propalar de supostos dons divinos,
ainda se inculca temor ao semelhante como se também destes tivéssemos que ter
medo. Exemplo disso é a frase “Se Deus é por nós quem será contra”. Ora, contra
nós é nossa ignorância, falta de vontade, medos, vaidade, amor próprio e tantos
outras deficiências que nos impedem de evoluir e conquistar. Somos detentores
exatamente dos mesmos poderes, capacidades, dons, competindo a cada um,
exclusivamente, construir um caminho
luminoso oriundo do saber ou das trevas fruto da ignorância.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Devia ter abraçado mais...
Muitas são as reflexões,
eternizadas em poesias, músicas, pensamentos, pinturas, oriundas das
profundezas de seres que, inconformados com a vida que levaram ou ainda levam,
externaram seu arrependimento. Certamente muitos dos leitores, em vários
momentos da vida, normalmente estimulados por acontecimentos álgidos, se
propuseram a mudar. Inúmeros são os momentos em que a consciência chama
atenção, indicando que a rota precisa de ajustes, que a vida pode e deve ser
ampliada, que existem maravilhas ainda não percebidas, não devidamente
valorizadas, esquecidas. Normalmente, o devido valor só é atribuído quando não
é mais possível desfrutar da companhia, do momento etc. Quantos são os que
sofrem por não mais poder dizer ao seu ente querido o quanto ele era
importante, o quanto o amava? Quantos são os que não podem mais dizer a um amor
da gratidão por ter participado da vida, oportunizado momentos sublimes? Quantos são os que, não valorizaram, não
cuidaram da saúde, e, atingidos pela doença, tudo dariam para recuperá-la? O
mal é que, quando a vida oferece nova oportunidade, logo os propósitos são esquecidos,
voltamos ao piloto automático. Portanto
é preciso recordar, a cada instante, de agradecer, de valorizar, de observar,
atentar para tantos aspectos que nos são gratos, que nos fazem sentir
protegidos, amados, respeitados. Atentar, agradecer pela saúde, pelas inúmeras
oportunidades que esta condição nos oferece. Atentar para as maravilhas da
natureza que, a cada instante, nos convida a estabelecer vínculos, observar o
nascer de um novo dia, o entardecer, a linda noite, a chuva, o sol, os
pássaros, as flores e plantas, sentir a energia do oxigênio penetrando em
nossos pulmões. Atentar e agradecer a tudo o que nossos pais nos fizeram e continuam
fazendo, dizer obrigado, eu te amo enquanto ainda desfrutamos de convívio.
Dizer amo você meu filho, tenho orgulho de você, falar da sua importância,
conviver, falar, ouvir, abraçar, beijar. E assim, a cada instante, abraçar
mais, respeitar as pessoas como elas são, ver o sol se por...
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Lágrimas de felicidade
Parece incongruência, associar
lágrimas á felicidade, no entanto,
penso, estão elas intimamente
ligadas. É comum confundir alegria com felicidade, enquanto àquela é fruto de
instantes fugazes irrefletidos oriundos de fatos circunstanciais, esta, depende de consagração intima, pura, em elevados estados mentais e sensíveis e, talvez por isso seja tão difícil conceituar,
diagnosticar, perceber e ou cultivá-la. Há muito tenho refletido sobre a
lágrima sua origem, causa, bem como sua
ligação com as mais sublimes sensações que pode experimentar o ser humano. É
bem verdade que, muitas vezes, a lágrima
é oriunda de profundos estados de tristeza, amargura e dor. No entanto, também
inegável que sua ocorrência está diretamente ligada a estados íntimos de
pureza, consagração e recolhimento. A lágrima nasce de estados profundos,
da sublime intimidade, da ausência de elementos estranhos. A felicidade, da mesma forma, depende de um estado mental e sensível
propício, não se confunde com alegria, com instantes de gargalhadas proferidas
para o externo, não, a felicidade nasce e se desenvolve nos mais distantes
rincões da alma, floresce na consciência e se revela em sensações intimas,
sentir puro, deixando marcas indeléveis para toda vida. Tivesse que associar
felicidade a algum acontecimento externo, certamente seria a lágrima, é ela que
emerge pura no nascimento de um filho, na realização, conquista de um grande
objetivo, no beijo de um amor verdadeiro, no abraço do irmão, amigo, na mais
bela paisagem, naquele filme que nos dá valiosas lições de vida. Por isso, penso
que lágrima e a felicidade se identificam pela necessidade da construção de
estados mentais e sensíveis adequados, os quais só se tornam possível quando o
mais belo e puro do ser humano se unem
em consagração intima, desprovidos de vaidade, de amor próprio.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A arte de ser pai
Culturalmente, os maiores ônus na tarefa de criar os filhos são
atribuídas a mãe. Ao pai compete a luta pela conquista dos suprimentos
necessários á sobrevivência, alimentos, vestuário, habitação. Por conta disso,
a responsabilidade pela educação,
inculcação de valores, também são
depositados sob os ombros maternos. A presença paterna, geralmente é chamada
quando são extrapolados os limites, ou
seja, nos momentos em que são exteriorizados sinais de desvios, da falta de
elementos vitais. É bem verdade que ao longo do tempo tal tendência vem sofrendo
alterações, muitos são os que lutam, ás vezes mais que a própria natureza
feminina, oferecendo afeto, carinho, atenção. No entanto, o artigo pretende
chamar á reflexão sobre a magnitude, grandeza desta grande oportunidade. Em que
pese a tendência herdada da época das cavernas, ser pai é uma das maiores oportunidades
oferecidas, condição que propicia ensinar
e aprender, amar e ser amado, plantar e colher. A arte da paternidade implica na drástica
mudança nos hábitos, costumes cultivados até o nascimento, momento em que, com
a posse daquela vida frágil, nos é dado a oportunidade de
fazer dela uma grande obra, reflexo de
tudo que efetivamente somos. Á partir de então, começa a ser construído o
destino de um ser, até àquele momento, livre de defeitos, terra virgem pronta para
receber cultivo. Portanto, a arte de ser
pai implica na necessidade de selecionar
as sementes, cultivá-las no tempo e modo adequados a fim de no futuro
presenciar o germinar e as colheitas. A arte de ser pai implica em vigiar o
ambiente a fim de não malograr o cultivo, oferecer o calor necessário,
abraçando, beijando, compartilhando,
rindo e chorando juntos. A arte de ser pai implica na necessidade de orientar, proteger, evitar
tendências negativas, ser firme nas
diretrizes sem no entanto perder a ternura. Ensinar com amor, afeto, nunca esquecendo que a maior ferramenta é o
exemplo. A arte de ser pai oferece o espelho da própria vida, refletindo no
filho, tudo que somos, em valores, virtudes é também em defeitos. A arte de ser
pai oferece a conquista do maior patrimônio que possamos construir, ser amado e
respeitado, mantendo vivo o cultivo dos
valores que foram incorporados na vida do filho.
domingo, 5 de agosto de 2012
A verdadeira vida
Muito se discute onde começa a
vida humana, se no ato da concepção, fecundação, semanas de gestação e/ou com o nascimento. É unânime,
no entanto, que, com o nascimento, funcionamento dos órgãos
vitais, o respirar, inicia a vida. No entanto, com o passar do
tempo, com a gradativa evolução das faculdades pessoais, especialmente, do sistema mental, com as faculdades de
(pensar, razonar, observar, entender etc) e ainda do sensível (querer, amar, sofrer etc), vão evidenciando
que a vida é muito mais do que o limitado
e questionado conceito em debate. É comum os filhos, em que pese amarem seus
pais, planejarem viver de modo diferente, pois observam e percebem as angústias e sofrimentos
dos pais e, por isso, almejam outra forma de viver. Em que pese a necessidade
de compreender que a vida humana,
transita, circula, é construída e solidificada em vários mundos, existe um
deles que é o pilar de todas as demais. Como dito, viver implica em construir pilares de
sustentação no mundo profissional, sem o
qual, fatalmente as demais vidas sofrerão as agruras da ausência de suporte
econômico. Por outro lado, o êxito na vida
dos “negócios” depende da construção de boas relações, as quais são também responsáveis por momentos de lazer, distrações, além da ímpar
oportunidade de observar, conhecer a psicologia própria e a dos demais.
Impossível falar da vida humana, sem falar em família, lugar onde é fecundada,
alimentada, cultivada a nova vida que irá surgir, além de oferecer o porto
seguro, o ambiente que recolhe, oferece proteção, suporte para as várias lutas
que virão. Em que pese os pilares
citados, a sustentação de todos está
situada no interno de cada um. Não haverá
vida profissional, social, familiar exitosa e feliz se o interno do ser
não manter uma estrutura capaz de compreender , alimentar, cuidar de cada uma
das vidas antes citadas. É no mundo interno que o ser vence ou é vencido, onde
experimenta sensações de alegria ou tristeza. É dessa vida ou mundo que surgem
os conhecimentos para lidar com todas as situações postas, a paciência, a inteligência para a condução adequada dos
problemas do cotidiano. É neste mundo onde o ser constrói o que é verdadeiro,
duradouro, o que permanecerá depois de sua
morte. É neste mundo que é possível melhorar aperfeiçoar e aproximar-se
de Deus, ou então construir o fim de sua existência.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Aproximar-se de Deus
Ao longo da existência humana,
tem o homem procurado, de todas as formas, aproximar-se de Deus. Para tanto, criou e
continua criando inúmeras formas, rituais, ambientes que, segundo
quem os instituiu seriam o caminho. Mesmo com a evolução na compreensão dos mais complexos sistemas,
mecanismos que propiciam melhores condições de vida, de saúde etc, a mente
humana continua incapaz de encontrar o caminho que lhe conduza até seu criador.
É que, todas as “supostas” formas de aproximação, falham no primeiro
pressuposto para atingir fim tão elevado, ou seja, todos, absolutamente todos,
estabelecem como condição, a adoção dos
rituais impostos, a impossibilidade de questionamento, a necessidade de
submeter-se indefinidamente aos preceitos previamente estabelecidos. Falham
porque, nenhum deles ensina o ser humano a construir por sua própria conta o
caminho até o criador. Falham porque,
partem do pressuposto que Deus criou diferentes categorias de seres
humanos, uns com dons superiores, e outros
que deles dependeriam para conhecer e saber da própria vida e destino. Falham
porque se colocam ou impõe existência de intermediários dos quais dependeríamos para falar com Deus.
Falham porque impõe o temor a Deus, a fé cega, como se Ele dependesse que
acreditássemos nele ao invés de conhecê-lo.
Falham porque basta observar os exemplos dos supostos interlocutores
para comprovar o quanto suas condutas pessoais, de vida em família, social, no
mundo econômico, da exploração de dita condição, evidenciam que jamais, Deus permitira que em
seu nome alguns se beneficiassem em detrimento de outros. Deus, autor desta magnífica criação onde
colocou o único ser inteligente do qual
dotou de partícula própria, impôs
um caminho a seguir como razão da
existência. Esse caminho é o caminho da evolução, da superação, de transcender estados de consciência
somente possível dentro de cada uma.
Evoluir, transcender, superar-se é tarefa pessoal, individual que depende de
conhecimento, de saber, de nutrir a inteligência com elementos que
propiciem definir entre o bem e o mal, o
certo do errado, o justo do injusto. Esse conhecimento propicia aproximar-se de Deus, conhecendo e
sabendo de sua vontade através da própria consciência. Aproximar-se de Deus
depende de conhecer seu pensamento, só permitido a quem cultiva dentro de si
elementos de idêntica hierarquia.
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