Recentemente passamos por um
embate de natureza política que de uma ou outra forma atingiu a todos com maior
ou menor grau de intensidade segundo sejam os interesses pessoais em jogo.
Embora a luta seja a lei da vida, tais embates são a demonstração cabal de que
vivemos, cada vez mais, num declínio
acentuado de valores, razão dos vazios, das depressões, dos maus humores,
rancores, amarguras estampadas nas fisionomias humanas. É que a única luta que nos faz feliz é àquela
que travamos com nós mesmos, vencendo os
maus pensamentos e sentimentos, e elevando-se acima das pobrezas do ódio, do
rancor, da vaidade, do amor próprio, de todos os defeitos que nos distanciam do
humano, do divino, para nos aproximar dos animais. Não é por acaso que, nenhuma vitória sacia, vencida, a cada instante, novas são planejadas, não com o fim de
superar-se senão de impingir sofrimento aos demais, impor força, ferindo com o único objetivo demonstrar
poder. Tal conduta não isenta nenhum
segmento, emergindo a força, a dissimulação, segundo o grau de
cultura e de poder. Os mais “cultos”
se utilizam do poder para atingir os demais com escudo das “pseudo verdades” ressaltando aspectos
que lhes interessam e omitindo outros tantos da mesma hierarquia. Outros, com uso indevido de seu poder impõe a força de suas decisões, sempre sob a falácia dos objetivos altruístas. Não por
acaso são poucas as mentes e corações que brilham, vibram, transmitindo paz, alegria, serenidade,
superioridade sem manifestar uma única palavra, sem praticar um único ato. A
grandeza, superioridade, se manifesta no
silêncio do mundo interno e daí emerge e se espalha por todos os lugares por
onde passamos, transmitindo o que somos de verdade. É por isso que a única luta capaz de mudar o destino é aquela que travamos com nossos pensamentos
e sentimentos, derrotando os maus e alimentando os bons, esta sim será capaz de
fazer vibrar a consciência,
resplandecendo a luz interna por todos os lugares por onde passamos.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
As verdades
Nesta luta incessante que
travamos, seja no mundo interno, seja no externo, nas relações com os demais, sofremos, incessantemente, influxo de supostas “verdades”. Assim agimos
conosco mesmo, onde, criamos motivos, justificativas para os mais desatinados
atos que cometemos. Sob o argumento da verdade, procurou-se impor que apenas uma raça humana deveria
prevalecer. Sob o argumento da verdade, as crenças mataram, ao longo da existência
muitos dos que ousassem divergir de suas prédicas,
sacrificando brilhantes mentes. Sob o
argumento da verdade, governantes, políticos mantém-se no poder com uso das
práticas mais vergonhosas de corrupção e bandidagem. Sob o argumento da
verdade, detentores dos meios de
comunicação, impõe suas vontades,
omitindo, aspectos decisivos na busca
única e exclusiva de dividendos próprios. Sob o manto da verdade, criam-se
fatos, forjam-se outros, desvirtuam-se,
segundo sejam os interesses
pessoais. Embora flagrante tais
comportamentos, por conta da ignorância,
muitos são enganados por pouco ou muito tempo. Evidentemente que todo
erro tem seu preço, muitas vezes, custa a própria vida, o sucesso econômico, a
destruição de família, laços, conceitos, amizades. Amargos são os preços pagos
pelo indivíduo, grupo, coletividade, fruto da incapacidade de saber onde está a
verdade e onde está o erro. Importante atentar que a verdade não se oculta nem
se impõe, emerge, floresce no fundo da alma fruto de profundas e fundadas
reflexões. Portanto, toda vez que, independente da forma, meio, houverem tentativas de impor verdades, estas, de plano, deixarão de ser, devendo serem refutadas,
rechaçadas sob pena de causarem as consequências danosas do erro. É que as supostas
“verdades” são fruto de opiniões pessoais, sempre vinculadas a tendências,
preferências, pré-conceitos, interesses próprios, jamais abarcando toda dimensão do fato. Desta
forma a verdade, depende para ser assim considerada da união de vários outros
fragmentos, propositadamente ou por ignorância, omitidos.
Assim sendo em que pese o constante uso do termo, imprescindível duvidar, estabelecer reservas sempre que, por
alguma forma houverem tentativas de impor “verdades”, impedindo o livre
exercício das faculdades e a formação de um juízo de valor que contemple suas
inúmeras facetas.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Busca da liberdade
Inegável que um dos bens mais preciosos do ser humano é a liberdade. No entanto este
conceito, como tantos outros, não tem
merecido a necessária compreensão razão de muitos sofrimentos. Correntemente o
exemplo mais eloquente da liberdade ou da falta dela, está relacionado ao
aspecto físico. Acredita-se que estar livre é não sofrer limitações no direito
de ir e vir. No entanto tal exemplo é apenas um débil reflexo da grandiosidade do
verdadeiro conceito e de sua implicação
no percurso da vida. As restrições a liberdade física, decorrem, da imposição por leis humanas de limites. Ou
seja, por necessidade, criaram os homens
e continuam ampliando os casos em que a conduta adotada obriga aplicação de
sanções. E, mesmo que milhares de leis procurem controlar, impor limites,
estabelecer regras de convivência, a barbárie,
os ataques morais, físicos, ao patrimônio alheio e outros continuam numa
escalada crescente. Por óbvio tivesse o homem formado o verdadeiro conceito de
liberdade, desnecessários seriam os
milhares de freios. Ocorre que a liberdade é uma conquista que está diretamente
relacionada ao grau de evolução do ser humano. Quanto mais evoluído mais
conhecedor de suas prerrogativas, de seus direitos e deveres, dos objetivos da
vida maior é o grau de liberdade. O que mais aprisiona o ser humano são suas
limitações, ignorância, deficiências, que fazem com que passe a errar, a
equivocar-se, a tomar decisões que
necessariamente lamentará depois fruto da atuação das leis, sejam humanas ou
universais. Inúmeros são os exemplos daqueles que não conseguiram superar
suas deficiências, e, por conta disso
comprometeram seu futuro decisivamente. Assim, a cada instante, dependendo do conhecimento e domínio dos próprios
defeitos, da superação de crenças, pré-conceitos, tendências, da sabedoria
alcançada nos mais variados campos da vida, será o maior ou menor grau de
liberdade alcançada. Liberdade é
liberar-se da ignorância, das crenças dos conceitos errôneos formados, liberar-se dos defeitos,
de tudo que impeça o livre exercício das faculdades, sejam mentais, sensíveis
ou espirituais.
domingo, 21 de outubro de 2012
A vida e a morte
Com o nascimento nos é concedida
a oportunidade de construir um belo exemplo de esforço, superação, evolução e
ou de aspectos negativos. Embora a ciência do inevitável fim deste percurso
físico, muito pouco nos dispomos a
pensar na distinção entre estes dois extremos. Ou seja, entre viver ou morrer.
Penso que se observarmos atentamente ao nosso redor, seja na natureza ou no
semelhante, possível recolher inúmeros
elementos que nos permitem aprimorar os conceitos. É que, comumente a vida é associada ao aspecto
físico da respiração. No entanto, numa simples reflexão, resta inegável que viver é muito mais que isso. Muitos são os que respiram mas não
vivem, isso é, não fazem uso de suas faculdades, sejam mentais, sensíveis ou instintivas. Outros tantos, passam os dias atribulados com
os mais variados pensamentos, dedicando toda sua energia na conquista de algo
material, transcorrendo as horas, os
dias, os anos sem se dar conta do que ocorre consigo mesmo ou ao seu redor. Não
percebe o crescimento dos filhos, o envelhecimento próprio ou de seus pais. Não
recorda do grande amor de sua vida, não se conecta, não vibra, não sente, não
chora não sorri. O tempo passa e nada fica registrado. É como se não tivesse
vivido. Busca, procura, tenta recordar do que viveu, nos anos que se passaram
no mês passado, no dia de ontem e nada encontra. Que vida seria esta? Ou seria
a morte? Penso que vida é atividade e inércia é morte. No entanto, esta
atividade, para que seja útil deve estabelecer ligações, conexões, de tudo o
que ocorre no mundo externo com as fibras
ultra sensíveis do mundo interno. É
preciso observar, refletir, estar atento a fim de não perder os
detalhes, permitir que cada momento seja uma oportunidade única de aprendizado.
Ter em conta que somos perecíveis e que o instante que está sendo vivido não
voltará jamais e que ao final, restarão
àqueles em que fomos capazes de fazer
vibrar o mundo interno.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
O amor e a vida
Em que pese á dificuldade
corrente em definir a vida, fruto da ausência de estudo, reflexão, compreensão
do significado, objetivo desta grande oportunidade, um sentimento tem
permitido, mesmo que em poucos momentos,
intuir o alcance, profundidade, desta prerrogativa. Mesmo
reconhecendo a importância da mente na condução do destino, inclusive no que pertine na formação dos próprios valores, sentimentos
que depois serão os responsáveis por fazer palpitar e perdurar no interno de
cada um os momentos vividos, é o coração
que detém a capacidade de vincular,
manter vivo, registrado indelevelmente
cada instante. Por outro lado é o amor que detém o poder de transformar
cada atividade, seja no lazer, trabalho, convivência, em algo único, sublime. È
o amor que dá sabor, que permite entregar-se e oferecer o máximo. È o amor que
vincula, liga, transforma. O amor equilibra, faz vibrar, é energia pura. Portanto, sem amor a vida é
fria, sem sabor, com os minutos, horas,
dias, meses ou anos passando sem que reste registrado um único instante. É como
se não vivêssemos. Por outro lado, amar o trabalho é garantia de profícuo
resultado, de alegria numa grande parte do dia. Amar o cônjuge, amigo, pai,
filho, irmão amigo é desfrutar de inefáveis momentos, de troca, de profundas vibrações. Amar a natureza
oportuniza compreender a grandeza da criação, sendo grato ao dia, a noite, ao
sol, chuva. Embriagar-se de amor, é
embriagar-se de vida, despertando com alegria para mais um dia de trabalho,
de diversão, de convivência, inclusive
com seu próprio mundo interno, percebendo que é nele que as lutas são
vencidas, que obstáculos são superados.
Portanto é preciso aprender que além da mente somos dotados de um coração que
nos foi dado para cimentar, registrar,
internamente, cada momento vivido. Que este sentimento além de dar sentido á
vida, equilibra, regula a vida
psicológica. No entanto, para que o amor se manifeste é preciso permitir, alimentando seu próprio coração com
pensamentos de elevada hierarquia, afastando a vaidade, o amor próprio, o
egoísmo e tantos outros defeitos que só fazem nos distanciar dos outros, de nós
mesmos e da própria vida.
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