quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A grande luta



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  Recentemente passamos por um embate de natureza política que de uma ou outra forma atingiu a todos com maior ou menor grau de intensidade segundo sejam os interesses pessoais em jogo. Embora a luta seja a lei da vida, tais embates são a demonstração cabal de que vivemos, cada vez mais,  num declínio acentuado de valores, razão dos vazios, das depressões, dos maus humores, rancores, amarguras estampadas nas fisionomias humanas.  É que a única luta que nos faz feliz é àquela que  travamos com nós mesmos, vencendo os maus pensamentos e sentimentos, e elevando-se acima das pobrezas do ódio, do rancor, da vaidade, do amor próprio, de todos os defeitos que nos distanciam do humano, do divino, para nos aproximar dos animais. Não é por acaso que,  nenhuma vitória sacia,  vencida, a cada instante,  novas são planejadas, não com o fim de superar-se senão de impingir sofrimento aos demais, impor  força, ferindo com o único objetivo demonstrar  poder. Tal conduta não isenta nenhum segmento,  emergindo  a força, a dissimulação, segundo o grau de cultura e de poder. Os mais “cultos” se utilizam do poder para atingir os demais com escudo das “pseudo verdades” ressaltando aspectos que lhes interessam e omitindo outros tantos da mesma hierarquia. Outros, com  uso indevido de seu poder impõe   a força de suas decisões, sempre sob  a falácia dos objetivos altruístas. Não por acaso são poucas as mentes e corações que brilham, vibram,  transmitindo paz, alegria, serenidade, superioridade sem manifestar uma única palavra, sem praticar um único ato. A grandeza, superioridade,  se manifesta no silêncio do mundo interno e daí emerge e se espalha por todos os lugares por onde passamos, transmitindo o que somos de verdade. É por isso que a única  luta capaz de mudar o destino  é aquela que travamos com nossos pensamentos e sentimentos, derrotando os maus e alimentando os bons, esta sim será capaz de fazer vibrar a consciência,  resplandecendo a luz interna por todos os lugares por onde passamos.

domingo, 28 de outubro de 2012

As verdades



 
Nesta luta incessante que travamos, seja no mundo interno, seja no externo, nas relações com os demais,  sofremos, incessantemente,  influxo de supostas “verdades”. Assim agimos conosco mesmo, onde, criamos motivos, justificativas para os mais desatinados atos que cometemos. Sob o argumento da verdade, procurou-se impor  que apenas uma raça humana deveria prevalecer. Sob o argumento da verdade, as crenças mataram, ao longo da existência  muitos dos  que ousassem divergir de suas prédicas, sacrificando  brilhantes mentes. Sob o argumento da verdade, governantes, políticos mantém-se no poder com uso das práticas mais vergonhosas de corrupção e bandidagem. Sob o argumento da verdade,  detentores dos meios de comunicação,  impõe suas vontades, omitindo,  aspectos decisivos na busca única e exclusiva de dividendos próprios. Sob o manto da verdade, criam-se fatos, forjam-se outros,  desvirtuam-se,  segundo sejam os  interesses pessoais.  Embora flagrante tais comportamentos, por conta da ignorância,  muitos são enganados por pouco ou muito tempo. Evidentemente que todo erro tem seu preço, muitas vezes, custa a própria vida, o sucesso econômico, a destruição de família, laços, conceitos, amizades. Amargos são os preços pagos pelo indivíduo, grupo, coletividade, fruto da incapacidade de saber onde está a verdade e onde está o erro. Importante atentar que a verdade não se oculta nem se impõe, emerge, floresce no fundo da alma fruto de profundas e fundadas reflexões. Portanto, toda vez que, independente da forma, meio,  houverem tentativas de impor  verdades, estas, de plano,  deixarão de ser, devendo serem refutadas, rechaçadas sob pena de causarem as consequências danosas do erro. É que as supostas “verdades” são fruto de opiniões pessoais, sempre vinculadas a tendências, preferências, pré-conceitos, interesses próprios,  jamais abarcando toda dimensão do fato. Desta forma a verdade, depende para ser assim considerada da união de vários outros fragmentos, propositadamente ou por ignorância,  omitidos.  Assim sendo em que pese o constante uso do termo,  imprescindível  duvidar, estabelecer reservas sempre que, por alguma forma houverem tentativas de impor “verdades”, impedindo o livre exercício das faculdades e a formação de um juízo de valor que contemple suas inúmeras facetas.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Busca da liberdade




 
 Inegável que um dos  bens mais preciosos  do ser humano é a liberdade. No entanto este conceito, como tantos outros,  não tem merecido a necessária compreensão razão de muitos sofrimentos. Correntemente o exemplo mais eloquente da liberdade ou da falta dela, está relacionado ao aspecto físico. Acredita-se que estar livre é não sofrer limitações no direito de  ir e vir. No entanto tal exemplo  é apenas um débil reflexo da grandiosidade do  verdadeiro conceito e de sua implicação no percurso da vida. As restrições a liberdade física, decorrem,   da imposição por leis humanas de limites. Ou seja, por necessidade,  criaram os homens e continuam ampliando os casos em que a conduta adotada obriga aplicação de sanções. E, mesmo que milhares de leis procurem controlar, impor limites, estabelecer regras de convivência, a barbárie,  os ataques morais, físicos, ao patrimônio alheio e outros continuam numa escalada crescente. Por óbvio tivesse o homem formado o verdadeiro conceito de liberdade,  desnecessários seriam os milhares de freios. Ocorre que a liberdade é uma conquista que está diretamente relacionada ao grau de evolução do ser humano. Quanto mais evoluído mais conhecedor de suas prerrogativas, de seus direitos e deveres, dos objetivos da vida maior é o grau de liberdade. O que mais aprisiona o ser humano são suas limitações, ignorância, deficiências, que fazem com que passe a errar, a equivocar-se,  a tomar decisões que necessariamente lamentará depois fruto da atuação das leis, sejam humanas ou universais.  Inúmeros são os  exemplos daqueles que não conseguiram superar suas deficiências,  e, por conta disso comprometeram seu futuro decisivamente. Assim, a cada instante, dependendo  do conhecimento e domínio dos próprios defeitos, da superação de crenças, pré-conceitos, tendências, da sabedoria alcançada nos mais variados campos da vida, será o maior ou menor grau de liberdade alcançada.  Liberdade é liberar-se da ignorância, das crenças dos conceitos  errôneos formados, liberar-se dos defeitos, de tudo que impeça o livre exercício das faculdades, sejam mentais, sensíveis ou espirituais.


domingo, 21 de outubro de 2012

A vida e a morte




 
 Com o nascimento nos é concedida a oportunidade de construir um belo exemplo de esforço, superação, evolução e ou de aspectos negativos. Embora a ciência do inevitável fim deste percurso físico, muito pouco  nos dispomos a pensar na distinção entre estes dois extremos. Ou seja, entre viver ou morrer. Penso que se observarmos atentamente ao nosso redor, seja na natureza ou no semelhante, possível recolher inúmeros  elementos que nos permitem aprimorar os conceitos. É que,  comumente a vida é associada ao aspecto físico da respiração. No entanto, numa simples reflexão,  resta inegável que viver é muito mais que  isso. Muitos são os que respiram mas não vivem, isso é, não fazem uso de suas faculdades, sejam  mentais, sensíveis ou instintivas.  Outros tantos, passam os dias atribulados com os mais variados pensamentos, dedicando toda sua energia na conquista de algo material,  transcorrendo as horas, os dias, os anos sem se dar conta do que ocorre consigo mesmo ou ao seu redor. Não percebe o crescimento dos filhos, o envelhecimento próprio ou de seus pais. Não recorda do grande amor de sua vida, não se conecta, não vibra, não sente, não chora não sorri.  O tempo passa  e nada fica registrado. É como se não tivesse vivido. Busca, procura, tenta recordar do que viveu, nos anos que se passaram no mês passado, no dia de ontem e nada encontra. Que vida seria esta? Ou seria a morte? Penso que vida é atividade e inércia é morte. No entanto, esta atividade, para que seja útil deve estabelecer ligações, conexões, de tudo o que ocorre no mundo externo com as fibras  ultra sensíveis do mundo interno. É  preciso observar, refletir, estar atento a fim de não perder os detalhes, permitir que cada momento seja uma oportunidade única de aprendizado. Ter em conta que somos perecíveis e que o instante que está sendo vivido não voltará jamais   e que ao final, restarão àqueles  em que fomos capazes de fazer vibrar o mundo interno.  

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O amor e a vida



 
 
Em que pese á dificuldade corrente em definir a vida, fruto da ausência de estudo, reflexão, compreensão do significado, objetivo desta grande oportunidade, um sentimento tem permitido, mesmo que em poucos momentos,  intuir  o alcance,  profundidade, desta prerrogativa. Mesmo reconhecendo a importância da mente na condução do destino,  inclusive no que pertine  na formação dos próprios valores, sentimentos que depois serão os responsáveis por fazer palpitar e perdurar no interno de cada um os momentos vividos,  é o coração que detém a capacidade  de vincular, manter vivo, registrado indelevelmente  cada instante. Por outro lado é o amor que detém o poder de transformar cada atividade, seja no lazer, trabalho, convivência, em algo único, sublime. È o amor que dá sabor, que permite entregar-se e oferecer o máximo. È o amor que vincula, liga, transforma. O amor equilibra, faz vibrar,  é energia pura. Portanto, sem amor a vida é fria, sem sabor,  com os minutos, horas, dias, meses ou anos passando sem que reste registrado um único instante. É como se não vivêssemos. Por outro lado, amar o trabalho é garantia de profícuo resultado, de alegria numa grande parte do dia. Amar o cônjuge, amigo, pai, filho, irmão amigo é desfrutar de inefáveis momentos, de troca,  de profundas vibrações. Amar a natureza oportuniza compreender a grandeza da criação, sendo grato ao dia, a noite, ao sol, chuva.  Embriagar-se de amor, é embriagar-se de vida, despertando com alegria para mais um dia de trabalho, de  diversão, de convivência, inclusive com seu próprio mundo interno, percebendo que é nele que as lutas são vencidas,  que obstáculos são superados. Portanto é preciso aprender que além da mente somos dotados de um coração que nos foi dado para cimentar, registrar,  internamente, cada momento vivido.  Que este sentimento além de dar sentido á vida, equilibra,  regula a vida psicológica. No entanto, para que o amor se manifeste é preciso permitir,  alimentando seu próprio coração com pensamentos de elevada hierarquia, afastando a vaidade, o amor próprio, o egoísmo e tantos outros defeitos que só fazem nos distanciar dos outros, de nós mesmos e da própria vida.