sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O bem mais precioso


Parece evidente que a maior atenção, empenho, dedicação das melhores energias em nossas vidas,  estão direcionadas naquilo que conceituamos e ou hierarquizamos como o mais precioso dos bens. Por conta desta hierarquização, dedicamos a maior parte senão todo o tempo do nosso dia na conquista do almejado.Normalmente, a preciosidade perseguida é a conquista material, um salário melhor, casa, carro e outros tantos da mesma índole que vão surgindo na mesma medida em que melhoramos nossa renda. Fácil é perceber,  que o objeto do desejo vai sendo substituído na medida em que a “preciosidade” é alcançada. Inegável que a vida sem objetivos, sem sonhos, sem conquistas se torna vazia como se morrêssemos por antecipação. No entanto, o erro não está em estabelecer objetivos, em ampliá-los na medida em que avançamos, e sim,  em fazer das conquistas materiais a preciosidade a ser perseguida. No decorrer da vida muitas são os sinais que nos convidam a mudar de rumo, a perceber que existe algo muito maior do que amontoar o maior patrimônio econômico possível. Normalmente, ás dores físicas, as suspeitas de alguma doença, o desaparecimento de entes queridos, por alguns instantes,  são motivos de reflexão, de novos propósitos, sempre voltados a mudar as prioridades eleitas, a dedicar um tempo maior a nós mesmos, aos familiares, aos amigos e a tantos que necessitam. Passados alguns instantes, voltamos ao piloto automático, esquecemos de cuidar do bem mais precioso que possuímos que é a nossa vida, a construção de um ser melhor. Cuidar da vida implica em refletir mais, observar mais, ouvir mais, conhecer o próprio mundo interno, os semelhantes e a própria criação a fim de descobrir os grandes enigmas da nossa existência, patrimônio maior que se possa almejar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A grande descoberta



Nessa busca frenética pelo conhecimento, pelo saber, somos forçados, cobrados a superar os demais. Somos avaliados, comparados e julgados, incessantemente  baseados nas informações que possuímos. Os melhores empregos, os mais altos salários, as conquistas do mundo econômico estão reservadas àqueles que superarem os semelhantes nos conhecimentos á cerca dos misteres que lhes são próprios. Normalmente, os avanços no campo profissional e econômico acabam sufocando uma das mais importantes partes de nossa constituição. Refiro-me ao sistema sensível. Ocorre que, a sensação de suficiência, de poder, de conhecimentos, vão alimentando a personalidade individual fazendo com que o ser acredite nada ter a aprender com os demais. Por conta de tal suposta suficiência, qualquer manifestação é recebida com os olhos da crítica, de superioridade, perdendo sempre a magnífica oportunidade de observar, refletir e encontrar no outro,  aspectos que podem melhorar a própria figura. Ocorre que, o grande conhecimento, àquele que transforma nossas vidas, que tem o poder de nos fazer diferentes, doces e felizes é o conhecimento transcendente. Saber o que está além do conhecimento comum é possuir o domínio da própria vida, é saber de nossa origem e destino. A conquista de referidos conhecimentos somente é permitida àqueles que tiverem a humildade de aproveitar cada instante de vida para aprender, tudo deve ser motivo de estudo, de aprendizado, especialmente os movimentos internos e dos semelhantes. Tais observações, vão permitindo, aos poucos, compreender um pouco mais de tudo que nos rodeia, das razões do magnífico funcionamento desse sistema chamado cosmos. Na medida em que passar o ser a cultivar a humildade terá a oportunidade de compreender a magnitude da criação, sentir a vida de outra maneira, ter noção de quão pouco sabe á cerca dos aspectos mais importantes da vida. Saber que pouco ou nada sabe é a grande descoberta. Ciente disso, não se incorrerá na superestimação de si próprio, diminuem as possibilidades de erros, a vida fica mais intensa porque tudo é oportunidade para aprender.   

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O poder do silêncio



Embora o momento em que vivemos é o da comunicação, de sua velocidade, da ausência de barreiras entre as nações, o silêncio foi é e será o único veículo que nos permite serenar, sentir o oxigênio penetrando em nossos pulmões, ouvir nosso próprio coração. Dia desses,  me disse um ser,  que o melhor conselho, resposta ou manifestação que pode fazer em determinado momento foi “silenciar”. Por conta disso, muito tenho refletido sobre o silêncio e sua importância na vida. Quantas não foram e continuam sendo as oportunidades em que o silêncio evitaria muitos dissabores, sofrimentos, desgostos? No entanto, o ser autoritário, precisa reagir, “agredir”, “impor sua razão”, razão que, necessariamente,  não possui,  pois, caso a tivesse não precisaria impor. A prática do silencio, certamente,  permite uma maior atenção no que esta acontecendo no próprio mundo interno, e, inclusive do semelhante. Silenciando, serenamos, percebemos mais detalhes, movimentos, refletimos,  nos utilizamos do tempo para pensar, observar e compreender. Ao contrário, quando falamos a concentração é dedicada a pensar no que será pronunciado,  impedindo a compreensão do que está acontecendo no próprio mundo interno ou do semelhante. O silêncio permite investigar quais pensamentos ou sentimentos estão na mente da esposa, do filho, do amigo. O silêncio permite observar com quais defeitos ou virtudes a mente está,  naquele momento,  trabalhando. Deus nos deu dois ouvidos e uma boca para ouvir duas vezes mais do que falamos. No entanto, de nada adianta ouvir se o mundo interno, “mente e coração”,  não se dispuserem a processar, com a serenidade e isenção necessária a informação e, especialmente,  o que não foi pronunciado. Julgamos com o que somos e possuímos, e, primordialmente, com os pensamentos que nos afetam naquele momento. O silêncio é o canal que liga ao nosso mundo interno e, possibilita também,  estabelecer ligações com os demais seres e com a própria mente universal.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ser criaça é sentir a vida


Na medida em que vamos crescendo, nos tornando mais “sábios” das coisas mundanas, ao invés de nos aproximarmos, identificarmos com tudo que nos rodeia, e que, acreditamos conhecer, vamos, aos poucos,  nos fechando, construindo muros  que impedem esse contato. É que, as tantas preocupações com as ocupações diárias, seja na vida profissional, pessoal ou social, vão tomando, gradualmente, o tempo que dispúnhamos na infância ou adolescência para sentir nosso próprio coração. O adulto, muito ocupado, não tem tempo para ouvir seu próprio coração, para conectar-se, com seu sistema sensível,  com a vida incessante que palpita ao nosso lado, seja no semelhante, no sol, na chuva, na beleza de um pássaro, uma flor ou  uma bela melodia. Esse processo de irmos aos poucos secando a parte sensível,  nos distancia das mais importantes sensações que pode desfrutar o ser humano. Por isso, inúmeros são os conselhos para não nos  esquecermos da criança que fomos, para voltarmos a ser criança, ou seja, deixar, permitir que nos entreguemos, integralmente,  ao momento. Que, naquele instante, que poderão ser muitos, haja consagração íntima e integral, que na mente e no coração, nenhum outro pensamento ou sentimento contamine, interfira no desfrutar daquela paisagem, som, contato com o semelhante etc. Quantos são os instantes em que, acontecimentos nos fazem recordar inesquecíveis momentos vividos, certamente, nos quais o coração vibrou, bateu forte, instantes em que, nada, nenhum outro fator importava, apenas e tão somente, entregar-se.. É possível sim voltar a sentir,  vibrar, sorrir e chorar, basta apenas, permitir, deixar que a criança que fomos volte a respirar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Feliz por tudo III



Conforme reflexões produzidas nos artigos anteriores, ser feliz,  depende de como são encarados os acontecimentos da vida. A cada instante, inúmeros são os fatores que interferem, causam reações no mundo interno de cada um. Cuidar do maior tesouro que se possui é pois,   um grande segredo pra ser feliz. Esse tesouro, “mente e coração”, são responsáveis pelo estado, ou estados psicológicos do individuo, os quais podem ser alterados a cada acontecimento, ou permanecerem serenos, atentos, reflexivos. Do equilíbrio deste estado psicológico, depende a integridade ou a instabilidade, susceptibilidade ou equanimidade do ser. Portanto ser feliz depende de compreender e resolver  seus estados psicológicos internos. É comum crer que problemas são exclusividade própria, que os outros não os possuem e vivem uma vida feliz. Normalmente,  o mais abastado acredita que o carente de recursos é feliz pois tem pouco a se preocupar, por outro lado este,  acredita que o outro é que mantém tal estado. O fato é que a felicidade ou infelicidade é fruto do estado interno individual só sentido experimentado e vivido pelo próprio indivíduo, é intransferível não depende de terceiros. Sofrer, da mesma forma,  é decisão própria,  cada um tem a liberdade de escolher. É evidente que, devido a ignorância humana, tem o ser,  dificuldade de compreender as razões do sofrimento,  qual é o cultivo adequado para determinada colheita. E, diante da ignorância, ao invés de responsabilizar-se por seus atos, atribui aos outros as causas  de seus fracassos, de suas angústias e de seus sofrimentos. É preciso assumir as rédeas do destino,  conduzindo-o com os olhos do entendimento, aproveitando,  cada instante, como oportunidade de adquirir conhecimentos, ser grato a vida, a Deus, aos obstáculos para ser merecedor das vitórias. Ser feliz por tudo é saber que os problemas fazem parte da vida que as colheitas dependem do cultivo, que as conquistas dependem da humildade de querer aprender, de saber que pouco ou nada sabemos. Começar por ser grato, a cada manhã por ter acordado, por respirar, por ver o sol, a chuva, por ter uma família, amigos, trabalho, por poder mudar o destino e construir um ser melhor são premissas da felicidade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Feliz por tudo II


No artigo anterior, restaram algumas reflexões sobre as diferentes reações que os mesmos acontecimentos, fatos, circunstâncias propiciam ao ser humano. A mesma imagem, pôr do sol, chuva, lua, estrelas, o mesmo acontecimento, encontrar um amigo, irmão, pai, filho, esposa, resulta em diferentes sensações. Como dito, as diferenças decorrem do estado interno do ser, ou seja, como a mente e o coração julgam o fato. Portanto a sensação, feliz, triste ou até a ausência dela, dependem do estado de ânimo, dos “olhos” da mente e do coração humano frente ao fato. Evidente que,  amargo o mundo interno, impossível será uma doce “visão”, da mais bela imagem ou acontecimento,  e o “feliz por tudo” se tornará o “infeliz por tudo”. Mudar este estado de coisas implica em fazer drásticas correções de rumo, especialmente, cultivar a gratidão, sentimento pelo qual são transformados os fatos não tão positivos em oportunidades de aprender, melhorar e superar dificuldades. O ser “feliz por tudo”, analisa,  e julga  o que ocorre ao seu redor pelo lado positivo que cada obstáculo oferece, enquanto o amargurado, de tudo reclama. A simples reflexão de alguns fatos na vida individual serão suficientes para comprovar o acima articulado senão vejamos: Quais as sensações experimentadas num por de sol na praia, no acampamento, na véspera de um feriadão, final de semana? E numa segunda feira? E numa bela noite de lua cheia quando expectativas intimas fazem  vibrar? E no mesmo ciclo lunar quando inexistem expectativas internas? Tais sensações, portanto, são fruto do estado interno e dependem de consagração intima, valorizando, pensando e sentindo o momento vivido, sendo grato a ele. E, assim a vida pode ser transformada, recebendo cada acontecimento como algo útil na vida,  sendo feliz por acordar numa segunda feira e ter inúmeras atividades para desenvolver, quando tantos sequer detém um trabalho ou ainda não podem desfrutar desta oportunidade. Recordar que somos perecíveis que os instantes vividos não voltam mais, ser grato a Deus pela vida e por tudo que nos é oferecido.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Feliz por tudo I


Dia desses deparei-me com um livro cujo título é “Feliz por nada”. Diante da importância do tema e da abordagem adotada inúmeros são os elementos que merecem ser recordados sempre a fim de mudar a rotina de reclamar de tudo. Em que pese isso, penso que o título poderia ser “feliz por tudo”. Ou seja, o “nada” é algo sem importância enquanto o “tudo” contém outro valor. No entanto, o que efetivamente importa é como encaramos os acontecimentos, de que forma reagimos  ou não reagimos ao que acontece no mundo externo ou interno. Muitas vezes já foi dito que a beleza está nos olhos de quem ás vê. Tal conhecimento contém decisiva importância na condução da vida, embora não tem recebido e não tem merecido a necessária atenção, recordação, reflexão de sua mensagem, senão vejamos: Quais  sensações  já experimentamos ao ver um pôr de sol? Sempre foram iguais? E a chuva como reagimos a cada oportunidade de presenciá-la? A lua, as estrelas oferecem sempre as mesmas sensações? E o encontro com o pai, o irmão, o filho o amigo propiciam sempre os mesmos sentimentos? E, assim não sendo, porque reagimos de modo diferente aos mesmos acontecimentos, fatos, circunstâncias? Penso que a resposta é irrefutável e está condensada no conhecimento correntemente propalado de que tudo depende dos olhos de quem vê. Entretanto, o segredo está em compreender que não são os olhos físicos que propiciam as reações, e sim os olhos do estado interno. Assim, o mesmo fato, a mesma imagem ou acontecimento, devido às oscilações dos estados internos propiciam reações diversas. Feliz por tudo, depende,  portanto, do estado interno do ser. Resta o convite para nos próximos dois artigos refletirmos juntos, um pouco mais sobre o tema.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Atividade, energia da vida III


Nos artigos anteriores, foram produzidas reflexões sobre a importância da atividade na vida. Aliás,  penso que o termo não é “importância”, e sim “imprescinbibilidade”, ou seja, sem atividade não há vida. No primeiro artigo, enfocou-se a importância da atividade na parte física e no segundo na anímica, (mental e sensível), ambas de fácil constatação já que, basta observar em nós mesmos e ao nosso redor,  para certificar-se e constatar dos resultados produzidos por quem a cultiva ou não. A vida é como um dínamo,  a  atividade gera energia que produz velocidade, uniformidade. Evidente que dependemos do equilíbrio, sem o qual os resultados são danosos. Em que pese a importância dos cuidados com a parte física e mental, tem os seres humanos se esquecido daquela  que é responsável por armazenar o que fomos, somos e seremos. Refiro-me a parte espiritual, que, como as demais, depende,  de atividade para que participe e atue na vida. Ocorre que, ao longo do tempo, devido as dificuldades de compreender, encontrar e fazer com que participasse  da vida, tem o homem  o relegado, terceirizado seu cuidado a terceiros, os quais não detém e jamais deterão capacidade de interferir e fazê-lo atuar. O caminho é pois, recordar, sempre, que somos essencialmente espírito, nossa origem e nosso destino. É ele que nos explica como e porque possuímos tais características, que permite compreender os enigmas da criação e nos conduz a Deus. Encontrar o espírito é encontrar a si mesmo, descobrir-se, conhecer-se. Exercitá-lo, ativá-lo, depende de propiciar íntimos estados de reflexão e observação dos movimentos internos, é pensar no que fomos, no que somos, ou queremos ser, e especialmente, em como queremos ser lembrados, pensar em como fazer para que meus semelhantes e a humanidade futura sejam melhores e mais felizes que a nossa. Dos exercícios de recordação  de sua existência, da  capacitação para alcançar estados mais elevados de reflexão, surgirá maior atividade espiritual, mais energia será gerada, melhor o equilíbrio. A atividade espiritual faz com que o ser se ilumine, irradie energia, produzindo nele e até naqueles que com ele convive inevitáveis sensações de bem estar, resultado do equilíbrio das energias internas. È preciso pois,  manter atividade em cada uma das nossas vidas, seja física, anímica ou espiritual, emergindo daí a vida, cheia de energia e vigor, nascendo do mundo interno e se estendendo aos demais. 

sábado, 1 de outubro de 2011

Atividade, energia da vida II

No artigo anterior, foram produzidas pequenas reflexões sobre a importância da atividade na vida, em cujo texto, enfocou-se, especialmente,  seus efeitos ou sua ausência  na parte física do ser. Nossa constituição exige atividade, tudo o que não exercitamos atrofia, produz adormecimento e até a morte. Ao contrário,  quanto mais nos condicionamos, exercitamos,  mais energia geramos. Atividade é pois, um dos segredos da vida, tudo na criação é intensa atividade. Evoluir,   depende de  contínua e incessantemente,  exercitar-se, capacitar-se, qualificar-se, proporcionar, a cada dia e em cada parte de nossa constituição “atividade”. Ausência de atividade é ausência de energia. Neste artigo, o enfoque é direcionado para a parte anímica do ser, ou seja,  sistemas mental e sensível. A mente humana, desde sempre se tem dito,  possui inimagináveis possibilidades, muito pouco exploradas. Fácil é perceber,  a drástica diferença de alcance mental entre os seres. Evidente que isso não ocorre por acaso, é fruto do cultivo, da “atividade”, do adestramento oferecido incessantemente durante o percurso. Todos possuímos,  as mesmas faculdades, significando, com isso, que temos as mesmas capacidades, o que nos diferencia é o grau de atividade oferecido. A mente, como os músculos, vai se ampliando ou se atrofiando na medida em que é exercitada, desafiada, ativada. Nossa mente exige atividade, na medida em que não a oferecemos, busca ela,  milhões de motivos para atuar, distraindo-se, divagando, criando “problemas”, e assim cumprir seu papel. No entanto, devido a falta de governo, do adequado alimento, controle das atividades, não alcança ela por si só,  os objetivos para os quais fora criada, isso é,  pouco ou nada evolui. Como na parte física, a mente necessita de regras, de controle, planejamento, nutrientes adequados. Penso que um dos mais importantes nutrientes da mente é a leitura que propicia manejo de muitos resortes, os quais, devidamente alimentados, propiciarão depois uma observação mais detalhada e atenta dos movimentos que ocorrem tanto dentro quanto fora dela.  Certamente, por isso,  vemos muitos idosos cheios de vida e outros tantos de morte, ou seja, uns mantém atividades, física, mental e sensível, outros não. Atividade gera energia que é vida, inércia produz a morte. O próximo artigo abordará a mais importante parte de nossa constituição, da qual pouco conhecemos,  embora seja a responsável por armazenar e perpetuar tudo o que fomos somos e seremos até o final de nossos dias de vida física.