quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O espirito e a vida



 
 Mesmo intuindo que a vida é muito mais que os limitados alcances do complexo físico. Mesmo com tantos discursos, propondo  religar o homem a outro mundo. Poucos são os que, de fato, possuem conhecimentos que permitem compreender, conhecer, sentir e saber da vida espiritual. É que, de longa data, tem nos sido inculcado que referido mundo deve ser terceirizado, ou seja, que a responsabilidade para tão transcendente tarefa seria de competência de outros. Por conta disso, fomos aos poucos nos distanciando da essência, deixando de cultivar os necessários atributos que permitam estabelecer ligação. Impossível imaginar que a vida é fruto do acaso. Impossível imaginar que todo esse mecanismo perfeito chamado cosmos também decorre do nada. Impossível imaginar que a vida humana limita-se a este pequeno espaço de tempo em que o físico persiste. Impossível explicar das nossas diferenças, identidades, afinidades e antagonismos sem imaginar algo além do físico. Impossível compreender de nossas predileções, tendências, facilidades. Impossível compreender dos sonhos, dos inexplicáveis acontecimentos, das ligações com nossos semelhantes. Impossível explicar as sensações de plenitude que experimentamos em alguns momentos, de extensão da vida, das respostas brilhantes que acessamos,  sem pensar na existência de outro mundo. Em que pese tratar-se de outro mundo, o acesso a ele é tarefa individual. Ocorre que as chaves para o mundo do espírito estão no mundo interno, somente o  próprio ser pode construir as credenciais que lhe permitem descobrir os segredos. Referidas credenciais são a conduta meritória, elevando pensamentos e sentimentos, tornando-se um ser melhor, mais humano, mais Divino. Elevando-se, as portas do mundo transcendente vão se abrindo, na exata medida em que a compreensão e o merecimento permitem. Recordar, a cada instante,  que a vida física é perecível e que voltaremos ao mesmo local de onde viemos é um belo começo para cuidar mais do que restará além da tumba.   

domingo, 25 de novembro de 2012

Existe algo superior




 
Mesmo duvidando, não conhecendo, não sabendo ou não sentindo, incontáveis são as demonstrações da existência do mundo transcendente. Transcendente porque está além dos limitados alcances do físico ou material. Referido mundo, ao contrário do que se tem inculcado,   não é acessível apenas após a morte, ele pode e deve ser tocado e vivido durante o percurso  da vida. Aliás, o grande objetivo desta oportunidade, é construir, individualmente, as credenciais para tanto. Devido a ignorância a este respeito, aproveitadores têm, ao longo da existência, distanciado, ainda mais o homem de seu criador. É que, como tudo, absolutamente tudo na criação, acessar este outro mundo depende de construir credenciais. Assim, para se tornar um bom profissional, é preciso capacitar-se, ininterruptamente, e quanto maiores forem os conhecimentos, maiores serão os acertos na aplicação. Do mesmo modo, na boa condução da educação dos filhos, na convivência, quanto maior o domínio dos elementos que interferem nos mais variados aspectos, melhores serão os resultados. Ou seja, não existe um único aspecto de êxito na vida que não esteja diretamente relacionado com a capacitação, qualificação, construção de credenciais que nos façam merecedores das conquistas. Neste contexto, inegável que as conquistas possuem uma ligação direta com as credenciais merecimento, com o esforço na busca da superação. Atraímos para nossa órbita elementos afins, portanto, desenvolver a inteligência depende de esforço, de busca, de constância, de superação e,  naturalmente, os frutos serão colhidos. Assim também ocorre com os conhecimentos do mundo transcendente. Jamais penetrará, conhecerá e saberá dele àquele que não construir em seu mundo interno as credenciais que o tornem merecedor. Construir credenciais implica na necessidade de mudar pensamentos e sentimentos, transformando defeitos em virtudes. O acesso e permanência no mundo das grandes ideias é diretamente proporcional aos elementos que identificam o mundo próprio com o mundo transcendente. Assim sendo, como tudo, são os elementos afins que se identificam e permitem colher os frutos do próprio cultivo acessando e vivendo no mundo transcendente. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Espelhos da vida



 
A natureza nos oferece todos os elementos para conhecer, descobrir nossos próprios segredos, bem como todos àqueles que regulam a vida universal. Todas, absolutamente todas as descobertas feitas pelos homens ao longo da existência tem origem na observação, estudos  dos movimentos, vidas, energias que nos rodeiam. Bastaria ao ser humano aprender a interpretar os segredos que regulam a vida cósmica para dominar os mais inestimáveis conhecimentos. Analisando e copiando a ciência universal, desenvolveu o homem o espelho, instrumento que, devido a nossa cultura de avaliar e julgar pelo físico, tem servido apenas para analisar a figura nele estampada. Ocorre que a figura refletida no espelho é apenas um débil reflexo daquilo que efetivamente somos. Independentemente da imagem que nos faz diferentes, o espelho mostra, muito do que ocorre no mundo interno, refletindo luz segundo os conhecimentos transcendentes. Reflete, também, a escuridão da amargura, do sofrimento, do vazio interno oriundos da falta de valores de ordem superiores, àqueles que nos fazem humanos e nos aproximam de Deus. Assim, inúmeros são os espelhos, os ângulos que refletem o que somos, seja na vida profissional, familiar, social, espiritual. Refletimos em cada vida os próprios cultivos, sem, no entanto, dominar os segredos que permitem encontrar a explicação para as diversas colheitas. Os reflexos do fracasso financeiro, raramente são avaliados pelo adequado prisma, ou seja, da falta de capacidade, conhecimentos para compreender os movimentos que levaram a ruína. Assim, no casamento, embora mostre o espelho o frio da união, não conseguem os seres descobrir a origem do distanciamento, tampouco sabem quais os cultivos para melhorar a convivência.  E, assim, sucessivamente, em cada movimento um espelho está a nos mostrar, refletir o que de fato estamos cultivando, permitindo, por isso, corrigir o percurso, desde que, formos capazes de fazer o adequado diagnóstico. É preciso aprender com a natureza, ciente de que todo efeito tem uma causa que pode e deve ser conhecida. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Unindo ou separando...



 
 Em que pese os motivos evidentes que identificam as razões das uniões e das separações, por conta da ignorância a respeito inúmeras são as justificativas. De plano, cumpre lembrar, que nada na vida acontece por acaso, tudo tem causa e mesmo a ignorando não nos isentamos de seus efeitos. Quando dois seres se aproximam,  não importa se atraídos  pelo amor ou pela amizade,  a força de tal ligação está diretamente relacionada com o grau de afinidade, identidade de pensamentos e sentimentos. Ou seja, ao desfrutar dos mesmos gostos, objetivos, tendências, as mentes e os corações encontram um no outros elementos de afinidade que os atraem. Assim, quanto maiores forem os elementos de identidade, maior será à força da união, dos vínculos que vão sendo formados. Inúmeros são os exemplos na natureza a nos indicar que o que une são as identidades e o que separa são as diferenças. Assim ocorre  com os minerais, vegetais, animais que  são atraídos e se desenvolvem em áreas,  regiões onde encontram elementos afins. Por conta da ignorância humana comungamos da falácia que os opostos se atraem, justificando tal falsa premissa em elementos externos sem nenhuma importância na atração ou repulsão. Como dito, os elos de atração são oriundos dos elementos afins enquanto os da repulsão decorrem das divergências, diferenças, antagonismos. Assim sendo, quando mentes e corações se encontram vão buscando umas nas outras,  elementos que se identifiquem, da qualidade e quantidade destes elementos vão se formando os  vínculos. A força destes vínculos é imensurável emergindo delas inefáveis sensações de alegria de extensão da vida, unindo e ligando uma ou várias vidas numa grande rede, a exemplo das famílias, círculos de amizade. No entanto a manutenção desta grande energia, depende, do cultivo,  incessante,  dos mesmos ideais. No entanto, com o passar do tempo vamos nos esquecendo de cultivá-los, alimentá-los, ao contrário vão surgindo outros atrativos,  uns dedicam toda energia no mundo profissional, outros  passam a nutrir outros propósitos não encontrando mais a identidade que unia, surgindo  então as separações.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sinais de vida



 
 
Mesmo sendo a vida o maior patrimônio a ser preservado, conhecido e cultivado, pouco ou nada sabemos dela, tampouco nos empenhamos na busca de respostas.  Prova disso é a ausência de conceito. Se formos questionados, neste instante, a responder o que é a vida, qual seria a resposta? Muitos diriam que viver é ser feliz sem se dar conta de que não sabem o que é a felicidade e ou onde e como encontra-la. Outros responderiam que viver é ter dinheiro, viajar, sem perceber que cada segundo é um fragmento que esta passando e que não voltará jamais e que desse aproveitamento é que se constrói a vida. Além disso, não existe vida sem luta, sem trabalho, superação, pensar o contrário é se colocar no mesmo lugar dos minerais que permanecem imutáveis ao longo do tempo. Na verdade, a vida e sua dimensão estão diretamente relacionadas com a capacidade de estabelecer vínculos, construindo sinais da existência que permanecerão além da morte. Referidos sinais são construídos primeiro dentro de cada um através da ligação,  registros do vivido. Registrar o vivido depende de consagração íntima, do pensar e do sentir atuando em uníssono com a participação da consciência. Assim de nada adianta a mais cara viagem, o mais importante encontro se os momentos vividos não forem sentidos no fundo da alma, se não tocarem no íntimo do ser, fazendo vibrar, perceber, sentir o que está sendo vivido. De nada adiante ter uma bela família se os momentos vividos não forem capazes de tocar, estender entre seus membros as mesmas sensações. Passar os dias e as noites sem que fique registrado um único momento é como se não os tivesse vivido. Portanto, é preciso refletir sobre a amplitude desta grande oportunidade, daquilo que efetivamente importa para não reclamar depois do vazio, da dor de não encontrar e não deixar nada, nenhum sinal, seja no mundo interno seja no externo de que de fato passamos por esta dimensão.